A Prefeitura de Marília encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 186/2025, que estima as receitas e despesas do município em R$ 1,9 bilhão para o exercício de 2026. O montante, que inclui a administração direta e indireta, marca o 8º ano consecutivo em que a cidade projeta um orçamento na casa do bilhão, consolidando-a no seleto grupo de municípios do interior paulista com alto poder fiscal. Junto à Proposta Orçamentária, foi enviado o Plano Plurianual (PPA) 2026-2029, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas de gastos para o próximo quadriênio. A previsão para 2026 aponta um crescimento de cerca de R$ 200 milhões em relação ao orçamento de 2025, que foi de R$ 1,7 bilhão, mantendo uma trajetória de forte expansão fiscal que acompanha o desenvolvimento urbano e econômico da Capital Nacional do Alimento.

O crescimento orçamentário de Marília reflete a escalada de uma economia regional dinâmica. Embora a marca oficial do R$ 1 bilhão tenha sido registrada no orçamento de 2020 (aprovado no final de 2019), o histórico de crescimento indica que a cidade já margeava com o patamar bilionário em 2019, quando a previsão atingiu R$ 958 milhões.

O salto de 98%

Desde então, o aumento tem sido constante e expressivo, somando oito anos de orçamentos bilionários com a projeção atual: R$ 1,106 bilhão em 2021; R$ 1,3 bilhão em 2022; R$ 1,5 bilhão em 2023; R$ 1,6 bilhão em 2024; e R$ 1,7 bilhão em 2025. O salto de R$ 958 milhões (2019) para o R$ 1,9 bilhão projetado para 2026 representa um crescimento de aproximadamente 98% em apenas sete anos, um indicativo da intensidade do desenvolvimento econômico e da capacidade de arrecadação do município.

O prefeito Vinicius Camarinha destacou que o projeto orçamentário foi elaborado “em consonância com o nosso plano de governo e com a previsão de receita dentro da realidade financeira do país”, ressaltando a “seriedade, transparência e austeridade na gestão das contas públicas”. A fixação das despesas, segundo o chefe do Executivo, obedeceu “criteriosamente o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a legislação federal quanto aos percentuais mínimos a serem aplicados nas áreas de Saúde, Educação e nos repasses ao Legislativo Municipal”, afirmou o chefe do Poder Executivo.

Marília no contexto regional

O orçamento de R$ 1,9 bilhão coloca Marília em um patamar competitivo entre as cidades de porte médio e grande do Interior de São Paulo. Comparando com outras importantes cidades do Estado, a projeção mariliense se alinha ou até supera alguns vizinhos regionais.

Para o exercício de 2026, por exemplo, a previsão de receita de Suzano e São Carlos é de R$ 1,7 bilhão cada. Rio Claro, por sua vez, projeta R$ 1,6 bilhão, enquanto Presidente Prudente estima R$ 1,24 bilhão. Já Indaiatuba se destaca com uma estimativa de quase R$ 2,6 bilhões. Araraquara - cujo orçamento atual é de R$ 1,8 bilhão - projeta para o próximo ano um aumento significativo em setores prioritários, com a saúde, por exemplo, ficando com mais de R$ 600 milhões em 2026.

Marília tem sido um polo de atração para o setor imobiliário, especialmente no mercado de loteamentos. A cidade chegou a ser destaque nesse mercado, alcançando a 4ª posição no ranking do Estado de São Paulo, segundo o Secovi-SP, evidenciando uma intensa expansão do perímetro urbano. Essa expansão está diretamente ligada à necessidade de maiores investimentos em infraestrutura e serviços básicos, um desafio que se reflete na peça orçamentária. O crescimento populacional e a abertura de novos bairros exigem mais recursos para áreas essenciais como Saúde, Educação, Segurança, pavimentação, esgoto e abastecimento de água.

Os próximos passos

O Orçamento Geral do Município (LOA) e o Plano Plurianual (PPA) 2026-2029 chegam à Câmara Municipal neste contexto de crescimento acelerado. Os projetos, agora, serão submetidos à apreciação dos vereadores, que têm a responsabilidade de debater e aprovar a distribuição dos quase R$ 2 bilhões, garantindo que os recursos sejam aplicados de forma estratégica para sustentar e qualificar o desenvolvimento e a qualidade de vida da população. Ainda não há data definida para a votação da peça orçamentária, porém ela é obrigatória antes do final do ano e marca o fechamento do ano legislativo.