
Passados dois anos desde o anúncio oficial e a publicação dos decretos de desapropriação, a aguardada nova via marginal da Rodovia do Contorno (SP-294), na zona Oeste de Marília, ainda não saiu do papel. A promessa de investimento, que visava melhorar a fluidez do tráfego e, principalmente, aumentar a segurança de pedestres e ciclistas na região urbana, permanece estagnada, gerando frustração entre os moradores e usuários da rodovia.
O trecho em questão é essencial para o acesso a importantes bairros da cidade e recebe um fluxo intenso de veículos diariamente, contribuindo para a lentidão em horários de pico.
A urgência para a implantação dessa nova via foi anunciada em novembro de 2023, quando a cidade era administrada pelo então prefeito Daniel Alonso, do Partido Liberal (PL). Naquele momento, o governo municipal celebrou a publicação dos decretos que autorizaram o início do processo de desapropriação de oito áreas necessárias para a construção do trecho marginal. O projeto abrangia cerca de um quilômetro de extensão, desde a altura do quilômetro 454 da SP-294 até o dispositivo de acesso ao viaduto da rua Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, próximo à Vila Coimbra, zona Oeste.
Até o momento, no final de novembro de 2025, não houve qualquer avanço visível no local das futuras obras. A movimentação de máquinas ou o início efetivo da terraplanagem, esperados após a conclusão das desapropriações, não ocorreu. A reportagem do Jornal A Cidade buscou informações junto às concessionárias responsáveis pelo Contorno, para entender o estágio atual do processo e obter uma previsão para a liberação da área e o começo das obras, que continuam sem data definida. Ambas não se manifestaram.
Alto risco e lentidão na zona Oeste
O atraso na obra impõe um risco constante à população. O trecho da SP-294 que margeia a área urbana da zona Oeste, onde o tráfego é intensificado por veículos que entram e saem da cidade, é utilizado diariamente por pedestres e ciclistas que se deslocam entre bairros e o centro. A falta da marginal obriga esses usuários mais vulneráveis a cruzarem a pista principal ou a utilizarem o acostamento, dividindo o espaço com veículos em alta velocidade.
Além do risco iminente de acidentes, a situação logística é precária. A área não conta com iluminação adequada, tornando o trecho escuro e ainda mais perigoso à noite. O fluxo intenso de veículos de carga e passeio, somado à presença de pedestres no acostamento, contribui para pontos de lentidão no tráfego, especialmente nas imediações do acesso ao viaduto da Vila Coimbra, afetando a mobilidade de toda a região Oeste.