
Marília registrou 826 denúncias de violação de direitos humanos nos dez primeiros meses do ano de 2025, conforme o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH). Embora o número de protocolos de denúncias seja inferior a quinhentos, o total de violações registradas atinge a marca de 6.014, demonstrando a complexidade e a variedade das transgressões.
No panorama geral de Marília, o perfil das vítimas aponta para uma maioria feminina. A agressão à integridade da pessoa é o direito mais violado, totalizando 823 denúncias e 5.673 violações relacionadas à integridade física e mental. Dentro deste espectro, a agressão física se destaca como a principal ocorrência, seguida pelo abandono.
Apesar de o ambiente doméstico ser o principal palco da violência, com 369 denúncias e 2.757 violações no local de residência da vítima e do suspeito, o ambiente educacional também manifesta uma situação delicada. Nas escolas, foram contabilizadas 15 denúncias, que resultaram em 109 violações. Nestes casos, predomina a agressão à integridade física, acompanhada de registros de restrições de liberdade, direitos sociais e violência institucional contra crianças e adolescentes.
Dentro do espectro das violações de integridade, a agressão física é a ocorrência de maior incidência. Na sequência, o abandono figura como o segundo tipo de transgressão mais registrado, sublinhando a negligência como um fator relevante no contexto das denúncias. O ambiente doméstico emerge como o principal foco de violência, somando 369 denúncias e um total de 2.757 violações nesse cenário específico.
Frequência mensal
Em relação à frequência mensal das violações registradas, os dados revelam flutuações. Julho apresentou o número mais alto, com 124 violações notificadas. Em contrapartida, maio registrou a menor quantidade, com 47. Considerando os meses de janeiro a outubro de 2025 e utilizando os números parciais fornecidos (124 em julho, 47 em maio, 97 em abril, 71 em outubro e 78 em setembro), a média mensal de violações calculada é de 601,4 registros. Este cálculo projeta a dimensão constante do problema ao longo do ano.
O grupo de crianças e adolescentes está entre os mais afetados fora do ambiente institucional. Os casos que ocorreram no ambiente familiar, por exemplo, somam 313 violações específicas contra a integridade física e mental. Outras violações contra crianças e adolescentes incluem 46 restrições de liberdade, 20 violações de direitos sociais, 7 casos de violência institucional e 2 denúncias registradas contra a vida. A diversidade dos tipos de abuso confirma a vulnerabilidade da faixa etária. Os dados exigem uma resposta articulada entre os órgãos de segurança, saúde e assistência social para coibir as agressões e garantir a proteção dos direitos fundamentais da população mariliense.
O Disque 100, serviço de utilidade pública e sigiloso da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, é o principal canal para a realização de denúncias como as registradas em Marília. A comunicação é gratuita e pode ser feita por qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite, em todo o território nacional. Para realizar a denúncia, basta discar o número **100** de qualquer telefone fixo ou celular. O denunciante pode optar por manter o anonimato e deve fornecer o máximo de detalhes possível sobre a violação, incluindo local, data, quem é a vítima, quem é o suspeito e qual tipo de agressão ou negligência ocorreu. As informações são recebidas, analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção e responsabilização competentes.