
O sistema de videomonitoramento de Marília, conhecido como Projeto Ronda Azul, demonstrou alta capacidade de resposta e resolução de incidentes ao longo do segundo semestre de 2025. Dados obtidos pela reportagem do Jornal A Cidade junto à Prefeitura de Marília revelam que, entre maio e outubro, foram registradas 72 ocorrências que incluem furtos, arrombamentos, brigas e acidentes envolvendo veículos nas unidades públicas.
Desse total, 51 casos foram solucionados diretamente com o auxílio das imagens e alertas do sistema, consolidando uma taxa de eficácia de aproximadamente 80% no período analisado, o que reforça a estratégia de segurança adotada pela Administração.
A eficiência é atribuída à robustez da infraestrutura instalada, que hoje abrange cerca de 240 pontos de monitoramento distribuídos em diversos prédios municipais. Cada uma dessas unidades conta com um rack, switch, nobreak, central de alarme e uma média de oito câmeras, além de sensores cabeados e sem fio que disparam o protocolo de ação imediato. As imagens são capturadas remotamente via protocolo IP e possuem um período de armazenamento que varia de 30 a 40 dias, permitindo a apuração detalhada de eventos passados, conforme a legislação e as necessidades investigativas.
Apesar da alta taxa de solução de ocorrências, o balanço de seis meses indica que as Escolas Municipais e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) continuam sendo os locais mais visados por furtos e arrombamentos. Além dessas, outras repartições administrativas e prédios vinculados às Secretarias Municipais também concentraram a maior parte dos registros de incidentes. A Administração Municipal tem mantido uma avaliação contínua sobre a necessidade de reforço do efetivo de Vigilantes Patrimoniais, especialmente em face da expansão do sistema e do aumento da demanda por segurança no patrimônio público.
Tecnologia e estrutura do CCO
O Projeto Ronda Azul, implantado em 2020, centraliza suas operações em um moderno Centro de Controle Operacional (CCO) instalado no térreo do Paço Municipal. Este ambiente possui acesso restrito, é climatizado e equipado com tecnologia de ponta para garantir o monitoramento ininterrupto. O CCO gerencia uma rede que soma aproximadamente 1.150 câmeras em toda a cidade, utilizando 11 gravadores de 128 canais e 23 gravadores de 32 canais. A visualização das unidades monitoradas é feita simultaneamente em oito telas de 50 polegadas e duas telas de 32 polegadas, operadas por dois postos de trabalho completos.
O objetivo primário do sistema é fortalecer a vigilância física dos bens municipais, mas o seu uso se estende ao acompanhamento de condutas e à apuração de eventuais ocorrências internas, contribuindo para a transparência e a disciplina no serviço público. O posicionamento estratégico das câmeras e sensores foi definido pela empresa contratada via processo licitatório, com orientação e apoio técnico da equipe da Prefeitura, visando a máxima cobertura das áreas mais vulneráveis.
A Administração Municipal reafirma o compromisso com a segurança e tem realizado investimentos contínuos para aprimorar a estrutura. Estão em curso a ampliação do sistema de monitoramento por câmeras, a atualização tecnológica dos equipamentos do CCO, e o reforço dos sensores de alarme e sistemas de detecção em campo. Tais investimentos visam não apenas manter, mas elevar a média de eficácia de 80% registrada no último balanço semestral, garantindo maior proteção ao patrimônio público.
O protocolo de ação estabelecido para o Ronda Azul é rigoroso e inicia-se com o disparo do alarme em uma das unidades. Imediatamente, o CCO aciona a visualização remota da unidade no videowall. Após o rearme do alarme, é feita uma observação contínua do local. Caso a equipe de monitoramento detecte qualquer movimentação ou ação suspeita nas imagens, a Polícia Militar é acionada imediatamente para comparecer ao local do incidente.
A coordenação operacional exige o deslocamento de um agente de monitoramento ao local, que leva as chaves para acesso e vistoria. Os responsáveis pela unidade afetada também são informados para acompanhar a checagem, a fim de verificar possíveis danos ou furtos. O acesso às imagens gravadas é altamente regulamentado e concedido somente após solicitação formal, seguindo os Decretos Municipais nº 13.211/2020 e nº 14.313/2024, em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).