Especiais Passagem cara
Transporte Coletivo de Marília será um dos maiores desafios do novo governo de Vinicius
Novo governo terá de resolver problema da passagem cara e ainda decidir se continua tudo como está ou se muda modelo de transporte coletivo na cidade
04/12/2024 12h42 Atualizada há 3 meses
Por: Redação

Andar de ônibus em Marília ainda é um dos serviços mais caros cobrados entre as cidades de mesmo porte. Enquanto aqui o valor é de R$ 5,75, em cidades maiores como Bauru e Presidente Prudente é R$ 5,00 e até Rio Preto é R$ 5,50.

O atual valor, após 11 anos de concessão (contrato do serviço se iniciou em 2013), a atual concessão dos serviços municipais de transporte coletivo urbano vence em quatro anos, em 2028, e em pouco mais de uma década nenhuma gestão municipal discutiu ou implantou mudanças no sistema oferecido, nem ampliou ou modernizou o sistema, como subestações de parada para descentralização das linhas, criação de novos itinerários ou redução do valor da passagem como forma de incentivo ao uso do transporte coletivo, reduzindo a quantidade de veículos particulares em circulação.

O próximo governo terá que em seus quatro anos de gestão resolver não só o impasse do valor alto da tarifa, após 11 anos sem uma revisão ou mudança no sistema de cobrança do serviço, bem como se irá encerrar ou renovar o contrato em vigor, mantendo ou trocando as empresas prestadoras de serviço, realizando ou não nova licitação para a terceirização do transporte por mais 14 anos.

Uma opção mais ousada para o próximo governo é adotar uma tendência que vem acelerando a transferência de uso do veículo privado para o transporte público. A gratuidade dos serviços, com 100% de custeio oferecido pela Prefeitura de Marília.

Tarifa Zero

Um levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) em novembro de 2023 mostrava que, no país, dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, 14 possuem municípios que adotam a tarifa zero, seja de maneira universal (nos sete dias da semana) ou em dias determinados da semana ou para grupos específicos, totalizando 103 cidades.

O levantamento mostra ainda que o perfil das cidades que adotaram a tarifa zero é de poucos habitantes. A maioria, cerca de 65%, tem menos de 50 mil moradores e está concentrada na região Sudeste, sobretudo em São Paulo e Minas Gerais.

No entanto, vem crescendo o sistema chamado de tarifa zero. Somente em 2023 foram 22 municípios que aderiram.

Segundo dados da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), no total, o país atualmente tem 84 cidades com o passe livre no sistema de transporte durante todos os dias da semana, a maioria delas no estado de São Paulo (24), seguido por Minas Gerais (23), Paraná (dez), e Rio de Janeiro (nove).

Os municípios com maior população que adotaram a tarifa zero são Caucaia (CE), com 355 mil habitantes; seguido de Maricá (RJ), com 197 mil; Ibirité (MG), com 170 mil, Paranaguá (PR), com 145 mil; e Balneário Camburiú (SC), com 139 mil.