A Prefeitura de Marília, por meio da Empresa Municipal de Mobilidade Urbana (Emdurb), formalizou o compromisso com a reformulação do transporte coletivo da cidade, confirmando o início dos preparativos para o novo sistema de concessão. A iniciativa, confirmada ao jornal A Cidade após questionamentos da reportagem, visa revitalizar um dos serviços essenciais para a vida cotidiana da população.
O primeiro passo efetivo neste processo, de acordo com as informações fornecidas pela Diretoria de Divulgação e Comunicação do Município, será a contratação de uma empresa ou fundação técnica especializada em mobilidade urbana, via processo licitatório. Este contrato tem como objetivo elaborar um diagnóstico profundo da situação atual e propor um novo modelo de concessão que seja mais eficiente e atrativo.
A Emdurb assegurou que o planejamento para este estudo técnico incluirá mecanismos robustos de participação popular. A escuta dos usuários e da sociedade civil é considerada essencial para garantir que o novo modelo reflita a real necessidade da cidade, com a inclusão de pesquisas, audiências públicas ou consultas, conforme o projeto.
A metodologia a ser aplicada pela empresa contratada será abrangente, englobando a análise da geometria de tráfego, o perfil socioeconômico e a expansão urbana de Marília. A proposta de remodelagem não se limitará aos itinerários, mas abordará também a integração multimodal e a introdução de novas tecnologias, como sistemas de bilhetagem e monitoramento em tempo real.
O levantamento também incluirá pesquisas de campo detalhadas, essenciais para a calibração do novo sistema, como contagens de passageiros, estudos de origem e destino e pesquisas de satisfação dos usuários.
Críticas dos usuários e o novo cronograma
Dezenas de usuários do transporte público em Marília utilizaram as redes sociais para manifestar suas críticas e indignações com o serviço, concentradas principalmente nas linhas da Zona Sul, como Jardim Marajó e Parque das Nações. Os passageiros apontaram problemas que afetam a qualidade e a segurança da locomoção diária.
O tema mais recorrente nos comentários é o sucateamento e a precariedade da frota. Os usuários relatam que os ônibus das empresas Sorriso e da Grande Marília estão em condições inadequadas, com “bancos quebrados”. Há menção a falhas operacionais críticas, como veículos que "quebram direto" e até mesmo a falta de combustível.
A superlotação e a insegurança representam outro ponto crucial de reclamação. Passageiros da linha Parque das Nações descrevem a situação como “inaceitável”, com veículos “super lotados” forçando as pessoas a viajar “em pé, socados feito sardinha em lata”. A insegurança é agravada por motoristas que fariam curvas perigosamente, resultando até na queda e ferimento de uma funcionária.
Quanto ao cronograma, a Diretoria de Comunicação da Prefeitura pondera que, apesar do empenho em agilizar a contratação da consultora, a complexidade e a quantidade de etapas necessárias tornam improvável que a nova concessionária comece a operar ainda em 2025.
A perspectiva é que os estudos técnicos sejam iniciados neste ano, mas que a operação do novo modelo de transporte seja uma realidade apenas em 2026. A Emdurb ainda esclareceu que o pedido de reajuste tarifário apresentado por uma das empresas concessionárias não obteve aprovação.