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Arrecadação de ICMS em Marília apresenta retração e projeta menor participação municipal em 2026
ICMS em Marília pede atenção com queda na arrecadação e redução do Índice de Participação dos Municípios (IPM)
04/11/2025 19h29 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação
Redução no Índice de Participação dos Municípios (IPM), que cai de 0,373 para 0,367 em 2026, exigirá maior rigor na gestão

Marília registrou uma arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no acumulado de janeiro a outubro de 2025 de R$ 143.002.675,51. Ou seja, nos primeiros dez meses do ano, o Município se aproxima do final do exercício com um ritmo de arrecadação que aponta para um valor final, possivelmente, inferior ao registrado nos anos anteriores. A análise dos dados revela uma tendência de desaceleração na participação do imposto mais significativo para as finanças municipais, o que terá impacto direto no Índice de Participação dos Municípios (IPM) a ser aplicado nos repasses estaduais.

Os números dos últimos quatro anos mostram uma flutuação, mas com um pico recente que agora se mostra difícil de ser superado. Em 2024, a arrecadação total de ICMS em Marília atingiu R$ 171.569.985,49. Este valor representou uma recuperação importante frente a 2023, quando a cidade havia arrecadado R$ 156.633.082,37.

A comparação com o ano de 2022, que somou R$ 161.351.109,31, e com 2021, que fechou em R$ 149.422.806,94, evidencia que o ano de 2024 foi o mais robusto do período analisado. No entanto, o desempenho do ano corrente de 2025, com o acumulado até outubro, já sugere que o total anual dificilmente alcançará ou superará o patamar de 2024, ligando um sinal de alerta para o planejamento orçamentário municipal.

Essa queda na arrecadação do ICMS impacta diretamente no cálculo do Índice de Participação dos Municípios (IPM), que define a fatia do bolo do imposto estadual a ser destinada a Marília. O IPM, fundamental para a saúde financeira das prefeituras, é calculado com base no Valor Adicionado (VA) fiscal gerado por cada município no ano-base.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) já publicou os dados definitivos para o IPM de 2026, que utiliza o ano de 2024 como base de cálculo. Para Marília, a notícia é de uma redução no índice, o que se traduzirá em uma participação menor nos repasses estaduais.

Enquanto o IPM aplicado em 2025, que teve como base o ano de 2023, foi de 0,373, o novo índice que será utilizado em 2026, com base em 2024, será de 0,367. Embora a diferença pareça sutil, a redução no índice de participação terá um efeito multiplicador no volume de recursos que o município receberá ao longo de todo o ano.

A queda no IPM, apesar do bom desempenho na arrecadação em 2024, pode ser explicada pela dinâmica econômica da região e o comparativo com o crescimento do Valor Adicionado em outros 644 municípios paulistas, conforme a regra de distribuição que é definida anualmente pelo Estado.

Em Jundiaí, por exemplo, o IPM aumentou de 1,86 (base 2023) para 1,88 (base 2024), uma variação positiva de 1,45%, apesar de uma ligeira queda no Valor Adicionado total da cidade. Este contraste reforça a necessidade de Marília investir em políticas de incentivo à atividade econômica e fiscal para melhorar sua competitividade no rateio estadual.

O cálculo do IPM considera, essencialmente, a média do Valor Adicionado (VA) dos dois anos anteriores, refletindo a movimentação econômica e a geração de riqueza no território municipal. A redução do IPM de Marília é um indicativo de que o Valor Adicionado gerado pela cidade em 2024 não acompanhou o ritmo de crescimento dos demais municípios do estado.

Desafio da gestão fiscal

Com um IPM menor para 2026 e uma arrecadação em 2025 com indícios de retração, o Poder Executivo Municipal terá o desafio de otimizar a gestão fiscal e buscar novas fontes de receita, além de reforçar a fiscalização e a eficiência na cobrança de tributos próprios.

A distribuição do ICMS é uma das principais fontes de custeio para serviços essenciais, como saúde, educação e infraestrutura, e a diminuição do repasse exigirá um planejamento orçamentário mais rigoroso e a priorização de investimentos. Marília precisa, portanto, atentar-se a essa tendência de queda para reverter o cenário nos próximos anos, buscando aumentar seu Valor Adicionado para garantir um IPM mais favorável nos futuros cálculos de repasse do ICMS.