Faz exatamente um ano que o conjunto habitacional Paulo Lúcio Nogueira, conhecido como “predinhos da CDHU da zona Sul”, foi desocupado por decisão judicial. A medida foi tomada em 2024, após laudos técnicos apontarem sérios riscos de desabamento nas estruturas dos prédios, construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
Desde então, nada foi feito no local. Com cerca de 880 apartamentos divididos em 44 blocos, o conjunto foi completamente abandonado. Portas, janelas e telhas foram saqueadas. Restaram apenas as estruturas de concreto, expostas à ação do tempo e ao vandalismo. O cenário é de ruínas a céu aberto.
O conjunto, que não possui segurança privada nem muros de proteção ao redor, virou foco de preocupação constante para os moradores da vizinhança. A equipe de reportagem do Jornal A Cidade esteve no local após receber denúncias sobre abandono, insegurança e risco à saúde pública.
“É mato, lixo, água parada e tudo no escuro. Já virou esconderijo de gente que vem usar droga aqui”, relata uma moradora. Segundo ela, o medo toma conta do bairro, especialmente à noite, quando a escuridão favorece a criminalidade.
As queixas são muitas: falta de iluminação, aumento de insetos e animais peçonhentos, invasões, risco de desabamento e sensação de insegurança. Além disso, há o temor da proliferação do mosquito da dengue, já que há acúmulo de água em diversos pontos dos blocos abandonados.
Mesmo com a interdição judicial em vigor, os prédios continuam de pé e sem qualquer sinal de demolição ou reforma.