Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), divulgado através do Panorama Censo 2022, revela uma preocupante realidade para os pedestres de Marília: quase metade das calçadas da cidade apresenta algum tipo de obstáculo.
Conforme a definição do próprio IBGE, obstáculos em calçadas englobam situações como buracos, desníveis, degraus sem sinalização adequada, estreitamento da passagem, presença de postes mal posicionados, árvores sem proteção, além de lixo e entulho acumulados. O percentual de 48,92% de calçadas com essas dificuldades de mobilidade corresponde, em números exatos, a 42.027 calçadas espalhadas pelo município.
O mesmo Panorama Censo 2022 traz outro dado alarmante para quem circula a pé em Marília: mais de 80% das calçadas não dispõem de rampas de acesso. Precisamente, 82,63%, o que totaliza 70.992 calçadas sem essa estrutura essencial para a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida, idosos, cadeirantes e até mesmo pais com carrinhos de bebê. A ausência de rampas é verificada em todas as regiões da cidade, inclusive no centro, área de intenso fluxo de pedestres.
Em contrapartida, o estudo do IBGE aponta que 49,11% das calçadas em Marília, o que representa 42.198 vias, não possuem obstáculos e, teoricamente, garantem uma mobilidade mais segura aos pedestres. No ano passado, Marília sediou o Fórum Estadual de Mobilidade Urbana, um evento que deveria impulsionar melhorias nesse setor. Contudo, enquanto o trânsito de veículos tem recebido atenção com a instalação de radares e o monitoramento eletrônico, os pedestres, conforme os dados do Censo 2022 demonstram, ainda estão longe de ser uma prioridade efetiva das autoridades locais.
Diante desse cenário, torna-se urgente um alerta para a necessidade de priorizar a mobilidade urbana com foco nos pedestres. Estudos técnicos na área corroboram a afirmação de que a mobilidade de uma cidade verdadeiramente acessível começa com a garantia de calçadas seguras e adequadas para todos. A ausência de acessibilidade nas calçadas não apenas dificulta o deslocamento de uma parcela significativa da população, mas também impacta a qualidade de vida e a autonomia de muitos cidadãos marilienses.
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