Novas ocupações urbanas e o surgimento de residenciais ao longo da avenida Sigismundo Nunes de Oliveira, importante corredor comercial e residencial que se expande a partir do bairro Altos do Palmital, escancaram uma lacuna na infraestrutura da zona Norte de Marília: a ausência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou uma Unidade do Programa Saúde da Família (USF). O Altos do Palmital, lançado no início dos anos 2000, consolidou-se como um polo de grande densidade demográfica, também atraindo uma variedade de empresas, comércios, serviços, lanchonetes e restaurantes. No entanto, o rápido crescimento da região não foi acompanhado pela implantação de serviços essenciais, como saúde e educação.
O transporte escolar soluciona esta demanda das famílias, contudo a falta de UBS, ou USF, vai se agravar ainda mais.
Há pelo menos dois anos, a moradora Maria José, que trabalha no comércio local e complementa sua renda com a venda de espetinhos à noite, reivindica uma UBS para atender à crescente demanda da área. Atualmente, quando necessita de atendimento médico, Maria José precisa se deslocar até o bairro Figueirinha, localizado a uma considerável distância do Altos do Palmital, gerando transtorno e dificultando o acesso à saúde para ela e outros moradores. “A gente precisa muito de um posto de saúde aqui. Ir até o Figueirinha é longe e complicado”, desabafou a trabalhadora.
Outras opções de atendimento na saúde para os moradores dali ficam no Parque das Nações ou na UPA.
Além da falta de assistência médica básica, Maria José aponta outra deficiência que impacta diretamente a vida dos moradores da nova área em expansão: “Outro problema do bairro é a escassez de itinerários de ônibus”, afirmou. Segundo ela, a frequência dos veículos da Grande Marília, concessionária responsável pelo transporte público, é extremamente baixa, dificultando a locomoção dos moradores para outras regiões e reforçando a urgência de um planejamento urbano mais integrado e atento às necessidades da população em expansão na zona Norte.
César da Conceição Martinho ainda não mora nesta nova área da zona Norte, contudo já adquiriu um imóvel que está sendo construído em um novo empreendimento imobiliário nas margens da avenida Sigismundo.
“Em breve, a região terá, tranquilamente, entre 2.500 a 4.000 novas casas. Já não existe escola ali e também não há unidade de saúde. Isso realmente nos preocupa”, considerou o futuro morador. Além do Altos do Palmital, já estão instalados no bairro os condomínios Terra Nova e futuramente chegarão Vida Nova Pacaembu e outras casas planejadas, além de uma torre residencial. Outro foco de crescimento é no lado industrial do bairro que, em breve, abrigará o maior centro de distribuição do Mercado Livre e isso implicará em fluxo de tráfego.
Hoje só há uma entrada para o bairro. Teria uma segunda entrada, nas proximidades do haras, ali na antiga Examar, porém parece que não será mais instalada. O importante é que os futuros moradores possam ter mais uma opção de entrada e saída do bairro”, alertou César Martinho.
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